Aviso aos navegantes: Se você quiser ler uma matéria séria, jornalistica e bonita sobre esse vídeo clipe, esse não é o site que você procura. Para ler algo assim clique aqui "Tenho Mais Discos que Amigos" e aqui "Topsify". Agora, se você está procurando uma história, ou coisa que o valha, que envolve a música dos três rapazes de Seattle e minhas lembranças, ou algo assim, toca o barco e continua lendo. Dito isso...
Num passado muito distante, houve um canal de TV que só exibia - ou tentava exibir - coisas relacionadas à música. Esse canal se chamava Mtv Brasil(1990 - 2003), infelizmente, esse canal não sobreviveu, mas seu fantasma continua por aí, nas TVs por assinatura com bem pouca música, umas séries, uns reality shows, algo bem parecido com o último suspiro da versão encarnada, enfim, Smells Like Teen Spirit era quase parte da grade na antiga Mtv, - junto com Enter Sandman(Metallica), Basket Case(Green Day), Self Steem(The Offspring) e a videografia do Aerosmith - tudo era motivo para passar esse clipe; talvez porque tenha sido um dos primeiros a ser hit no canal, e as pessoas mandavam cartas - sim, houve um tempo em que se mandava cartas para a TV e o Correio as entragava antes de só trabalhar com Aliexpress - e foi assim que, lá por 2000, talvez 2001, vi o clipe pela primeira vez.
Confesso que não entendi muito bem, não que haja uma história sendo contada ali, porém, a estética do vídeo, e da banda, fazem mais sentido depois que você sabe quem foi Kurt Cobain e como era o Nirvana. Smells é um vídeo escuro, feito com pouca grana - pelo menos para os padrões da época - e por um diretor, até então desconhecido, Samuel Bayer e com os piores equipamentos, segundo ele mesmo. Daí para frente o cara só ia trampar com Ramones, Green Day, Marilyn Manson e até ia atacar no cinema, dirigindo o remake de Hora do Pesadelo(2010), que ninguém gosta muito e eu acho ok, enfim, voltando ao clipe, depois que cresci e soube que o Nirvana, em Especial Kurt, não tinha o menor interesse na fama para além da música, e para evita-la, ou pelo menos desviar dela um pouco, esculhambavam entrevistas e programas de TV.
Kurt era canhoto e tocava com a guitarra adaptada, quando era pra fazer playback na TV, ele "tocava" com a guitarra ao contrário; e um pouco desse espírito fanfarrão está nesse vídeo, pela linguagem que contrapõe o glamour juvenil das lideres de torcida e o futuro que pode não ser glamoroso na figura do faxineiro, já pela parte técnica, esse descaso proposital está na escolha da figuração, que não tem um ator profissional, as pessoas convidadas por cartazes na rua, flyers e umas chamadas na rádio a participar do vídeo.
Já as cenas da banda tocando - que não podem faltar num bom clipe - são
naturais, e mostra mais da postura "nem aí" da banda, ninguém está
maquido ou bem vestido pro vídeo, e de novo, os takes são escuro e cheios de
gelo seco. E o resto é história.
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