PUNKER ZERO ZERO

terça-feira, 2 de maio de 2017

De Volta ao Jogo, o disco novo do Cartel





Uma pequena introdução:


Norte Cartel é uma banda de Hardcore Old School, mais simpático as bandas de NYHC, com letras em Português; formada 2006, no Rio de Janeiro, por membro de outras bandas locais - Solstício, La Sombra, e o já conhecido, Confronto. Norte Cartel tem um Split(2007) com a banda Outra Salida(Argentina), e o disco, Fiel à Tradição(2010).


                                     


De volta ao Jogo:

Como era sua vida há 7 anos atrás? Para alguns, 7 anos é tempo de uma graduação numa faculdade, ou tempo de planejamento para uma viagem, ou tempo de namoro antes de partir para o próximo passo, já para os fãs do Norte Cartel, é o intervalo entre o Fiel à Tradição(2010) e De Volta ao Jogo(2017).

E o que mudou no Norte Cartel em 7 anos? A princípio, nada parece ter mudado – se você não viu o vídeo de Agora e Sempre, que tem a participação do Badauí(CPM 22), o qual dá o spoiler de que algumas mudanças vem por aí -, Canção da Guerra II, a intro auto-referente, dá a letra de que o som é pesado. Fiel à Tradição, abre o disco pra valer, é uma pedrada tanto musical e poeticamente, na letra há um tipo de reflexão sobre como encarar mudanças (sobra até para Hardcore e a tal cena). Nas faixas seguintes, Auto-Inimigo e Quando um É por Todos, mantém o ritmo no máximo, salto aos olhos a mensagem de Quando um por Todos, um ode a maternidade e paternidade.
Na já citada, Agora e Sempre, a banda já está mais do que à vontade e começa a mostrar um pouco de suas outras influências, algo de Street Punk/Oi; na faixa seguinte, um momento já esperado pelos fãs, um Rap ao estilo Old School, De Volta ao Jogo, prestem atenção ao beat de instrumentos de sopro. É coisa fina.
Meus Cantos São Seus é outro som que segue essa linha do Street Punk e que carrega uma letra PMA. Já Blocos Negros – o nome já diz tudo, Black Blocs – era o manifesto que faltava sobre o revide das ruas às violências do Estado. De longe minha favorita do disco um Hardcore rápido e direto. “Falsa Vitoria” é umas das faixas mais interessantes do disco, isso é, musicalmente falando, já que é encontro perfeito entre Hardcorecaracterístico da banda e o Street Punk já citado em outras canções, com alguns momentos mais lentos, que os já familiarizados chamariam de breakdown, vocais em coro. E tudo na mesma faixa. De Sul ao Norte e Ainda Aqui fazem uma dobradinha pesada e forte, Ainda Aqui tem mais autocrítica e lembranças das mudanças da Cena.
Camponês, faixa que tem uma letra incrível(Bicho, como é que o Norte Cartel consegue?) e o refrão mais forte do disco.
Na penúltima faixa do disco, uma grande surpresa para os fãs, Como Eu e Você, é mais uma faixa dedicas ao Rap. Onde Wagner Costa Leste, Longo, Futrico e Dudu, dão o recado sobre as mazelas brasileiras. Para fechar o disco com a mais pura porradaria, Não Tente me Mudar.

De Volta ao Jogo pode parecer um disco longo, já que são 14 canções, que se dividem bem entre em quase 40 minutos de duração, onde tudo se encaixa bem. A banda se mostrar confiante e mais pronta do que nunca para tocar novos sons. De Volta ao Jogo nos sacia por enquanto, só espero que o Norte Cartel não demore mais 7 anos para nos dar outro disco.
Para Ouvir: BANDCAMP

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